Às vezes, me pego imaginando como seria o mundo hoje se ele não estivesse passando por uma pandemia. Qual seria a diferença entre o ontem, o hoje e o amanhã?
Provavelmente, muitos, se não todos, estariam curtindo tudo aquilo que seus corações almejassem, ou, pelo menos, quase tudo. Porém, pensando mais profundamente sobre o assunto, chego à conclusão que, independentemente do que poderia ter sido, não sabemos absolutamente, NADA!
Olhando em retrospecto, percebo que as perdas da pandemia nos trouxeram muitas reflexões na vida pessoal, familiar e, principalmente, profissional. Logo, hipoteticamente falando, se conseguirmos analisar toda a situação por uma perspectiva de 360°, veremos que as mudanças bruscas trazidas pela pandemia nos levam a tomar decisões que, talvez, não consideraríamos antes, conforme relata a professora Sheila Fagundes numa entrevista anterior.
Não que uma perda justifique qualquer coisa, boa ou ruim, de maneira alguma! Quero apenas pontuar que, assim como eu, muitas pessoas passaram a encarar o mundo hoje de forma diferente por causa da pandemia. Bem como, a dar importância às coisas mínimas que antes eram insignificantes, pelo menos, era o que achávamos.
A importância do insignificante
Isso, também me faz perceber que nos tornamos reféns da rotina diária. Presos numa repetição aparentemente sem fim. Onde, tudo o que realizamos no nosso dia a dia passou a ser comum e natural. Só então, tomamos consciência do valor das pequenas coisas e da brevidade que o “tudo” pode ter nesta vida.
Agora, o “insignificante” sem importância, se torna o “tudo” quando pensamos que não nos resta mais nada.
O que nos leva a pensar sobre o significado da perda e sua capacidade de transformar, de forma positiva ou negativa, a vida de quem é tocada por ela.
Durante esse processo, muitas descobertas vão acontecendo no caminho e para que isso se torne em algo positivo na nossa vida, devemos nos despir de todo o senso de julgamento e críticas desconstrutivas. Como também, de exigir (às vezes fazemos isso) que outros carreguem fardos desnecessários. Afinal, estamos todos no mesmo barco e passando pelas mesmas mazelas.
Mas, apesar de toda essa reflexão, ainda temos o péssimo hábito de avaliar todas as questões, ou a maioria delas, apenas pelo nosso ponto de vista. Esquecendo-nos, que a visão, vou usá-la aqui como exemplo prático, é capaz de identificar pontos diferentes e em direções também, diferentes. Em outras palavras, a nossa “verdade” nada mais é que uma variável de uma equação maior.
Onde está a diferença?
Portanto, voltando à pergunta inicial, o que estaríamos fazendo de diferente, hoje, se não fosse o momento pandêmico?
Provavelmente, no meu caso, estaria cometendo os mesmos erros ou olhando na direção errada. Agora, eu posso ver por outra perspectiva e isso me dá uma compreensão melhor de tudo ao meu redor. Felizmente ou infelizmente (depende do ponto de vista de quem vê), de uma forma muito dura, tenho aprendido com esse caos. Isso, também, fez toda a diferença.
Diante disso, eu creio que não sou a única a pensar dessa forma, pois, muita coisa mudou desde o início da pandemia. Ou seja, mundialmente falando, tudo está diferente, agora. Logo, se não temos como saber o que estaríamos fazendo de diferente no momento presente, pelo menos, podemos fazer bom uso dos nossos erros cometidos no passado para evitar repeti-los no futuro.
Como disse certa vez o saudoso Ayrton Senna:
Portanto, a diferença no que diz respeito ao passado nós já sabemos. Sobre o presente, nos esforcemos para aprender com o passado. Em relação ao futuro, só nos resta aguardar pelos desdobramentos do presente.
Abraços e até a próxima!